O Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto (SP), iniciou nesta quinta-feira, 20, as cirurgias robóticas com o Da Vinci Xi, sendo uma delas em paciente do SUS. As duas cirurgias realizadas consolidam o HB como referência em medicina de alta tecnologia, já que esta é a primeira instituição de saúde do Noroeste Paulista a adquirir a última e mais nova versão desta plataforma robótica.
A estreia do robô do HB foi marcada por uma cirurgia para correção de duas hérnias e da musculatura abdominal, realizada pelo Dr. Marco Ribeiro, cirurgião geral e do aparelho digestivo. Já a primeira cirurgia realizada em paciente do SUS foi realizada pelo cirurgião coloproctologista e oncológico Dr. Maximiliano Cadamuro Neto, em uma paciente com câncer colorretal.
O robô Da Vinci Xi também será utilizado em cirurgias urológicas, como tratamento de câncer de próstata, rim e bexiga, e em cirurgias oncológicas do aparelho digestivo, ginecológicas, como histerectomias e miomectomias. O equipamento vai beneficiar pacientes de todo o Brasil, especialmente do interior paulista e Estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Do total de procedimentos, cerca de 15% serão em pacientes do SUS.
Foram investidos R$ 12 milhões para aquisição do aparelho, além de outros recursos destinados para melhoria da estrutura tecnológica, estrutura física (área com 1.200m²), processos de treinamento e qualificação de profissionais.
“Estamos muito felizes com o sucesso dessas duas cirurgias inéditas no HB porque é um ganho inegável para a medicina brasileira, especialmente porque podemos oferecer tecnologia de ponta para os pacientes do SUS”, diz o diretor-executivo da Funfarme, fundação mantenedora do HB, Dr. Jorge Fares.
“Justamente por ser referência em medicina, o HB se mantém em pé de igualdade com os melhores hospitais do mundo, em termos de tecnologia, capacitação profissional e qualidade nos serviços prestados”, destaca a diretora administrativa do HB, médica anestesiologista Dra. Amália Tieco. “Mais uma vez, o HB está fazendo história ao realizar mais uma cirurgia inédita e, consequentemente, impactando diretamente na sociedade”, observa.
O cirurgião coloproctologista e oncológico Dr. Maximiliano Cadamuro Neto, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do HB, foi o responsável pela primeira cirurgia robótica realizada em paciente do SUS. A paciente Claudina Aparecida Gonçalves da Silva, de 56 anos, moradora de Votuporanga, estava em tratamento de um câncer colorretal há seis meses.
Claudina descobriu a doença em setembro do ano passado, após realizar uma colonoscopia – exame de imagem que investiga alterações ao longo do intestino grosso e no final do intestino delgado. Após ser diagnosticada com a doença, foi encaminhada para tratamento no HB, onde passou por 28 sessões de radioterapia e quimioterapia oral para reduzir o tamanho do tumor.
De acordo com o Dr. Maximiliano Cadamuro Neto, o caso clínico de Claudina foi fator decisivo utilizado como critério para a escolha da primeira cirurgia pelo SUS. “A localização do tumor, considerado médio/baixo no reto, e o fato de a paciente ter um linfonodo caracterizam uma cirurgia mais difícil. O robô tem uma tecnologia que garante melhor precisão dos movimentos e visão 3D em alta definição, além de ser minimamente invasivo, o que proporciona melhor recuperação e menos tempos de internação”, explica.
Geralmente, a cirurgia colorretal é realizada por videolaparoscopia. “Em um procedimento comum, devido a este caso clínico, a paciente teria que utilizar permanentemente uma bolsa de colostomia (saco coletor, que pode estar localizado ao lado do abdômen, exercendo a função de receber as fezes). Com a cirurgia robótica, o uso da bolsa de colostomia será provisório – ou seja, apenas durante a recuperação”, explica.
A primeira cirurgia robótica do HB foi realizada pelo Dr. Marco Ribeiro, cirurgião geral e do aparelho digestivo. A paciente Maria Cláudia Sanches, de 51 anos, moradora de Nhandeara, foi submetida a uma correção de duas hérnias e da musculatura abdominal. Ela percebeu o crescimento de uma hérnia abdominal em 2018 e, desde então, fez exames em busca de tratamento.
“No procedimento comum, sem robótica, a paciente ficaria quatro dias internada e poderia levar até 90 dias para voltar ao trabalho e atividades pesadas. Utilizando o aparelho, a recuperação total da paciente levará apenas 15 dias”, afirma o Dr. Marco Ribeiro.
Capacitação médica
Um dos objetivos do Programa de Cirurgia Robótica do HB é a formação e a especialização de médicos na utilização desta tecnologia, já que o HB é um hospital-escola. “A tecnologia e a inteligência artificial já são realidades e, atualmente, a falta de treinamento médico é a principal barreira. Por ser um hospital de ensino, o HB vai disseminar especialistas em cirurgia robótica para o Brasil inteiro”, destaca o Dr. Maximiliano Cadamuro Neto.
“Somos o segundo maior hospital-escola do Brasil, associados à Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) – uma das escolas de Medicina mais conceituadas do Brasil. É natural, portanto, que os benefícios da cirurgia robótica do HB não se resumam apenas aos pacientes da nossa região e de Estados vizinhos. É inegável que a capacitação médica, com a especialização neste tipo de tecnologia, será um ganho para a medicina brasileira”, diz o Dr. Jorge Fares.
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