Sobre o autor

Paulo Becknetter, o Beck, é jornalista. Nos últimos anos, desempenhou a função de colunista de atualidades nos jornais “BOM DIA Rio Preto” (2007 a 2013) e “Diário da Região” (2013/14). Agora, oficialmente na web, o Blog do Beck afina sua vocação para a comunicação diária, alinhando informação digital e bom humor na medida ideal. Para mais posts, siga também @BlogDoBeck no Instagram.

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#UMMINUTO: Oi, precisamos conversar sobre o crescente e alarmante número de suicídios no Brasil e no mundo. Pode ser agora?

Atualizado em 21 de setembro de 2020, 12:19h

Sabe aquele amigo ou conhecido que vive “chateado” ou “cabisbaixo?” Então, ele talvez esteja precisando de sua ajuda… (Foto: Reprodução/Ministério da Saúde)

Precisamos debater e refletir com urgência e muita responsabilidade sobre o tema central que impulsiona a campanha #SetembroAmarelo. Podemos falar, então, sobre o elevado número de suicídios que têm acontecido no Brasil e no mundo?

 

Sim, amigos, falar de suicídio e entender que este é um assunto é sério nunca foi tão urgente.  Não podemos mais ignorar ou achar que esse doloroso tipo de situação só acontece fora de nossas casas ou no quintal do vizinho. Nunca antes na história tivemos tantos casos de suicídio acontecendo enquanto escrevemos um texto como este, por exemplo, ou no momento em que vamos à padaria tomar um café, no banco realizar um depósito…

 

Só pra gente ter uma ideia mais ampla deste triste cenário, o Ministério da Saúde fez um levantamento em setembro do ano passado e concluiu que a vida, infelizmente, está por um fio. No Brasil, os números são preocupantes: de 2007 a 2016, 106.374 pessoas morreram em decorrência do suicídio. Só em 2016, por exemplo, a taxa foi de 5,8 por 100 mil habitantes.

 

Esses números, entretanto, são ainda mais alarmantes quando checamos o panorama global. De acordo com dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos alguém interrompe a própria vida no mundo. As causas são as mais diversas e nos fazem crer, apenas para título de discussão, que o “vazio existencial” em que vivemos atualmente não é apenas um “estado metafísico” de discussão para filósofos e sociólogos.

 

Esse “buraco imenso e escuro” que todos trazemos dentro de nós mesmos, associados a inúmeros fatores sociais, psicológicos e mentais, tem ficado cada vez mais escuro e fundo à medida que não vamos encontrando respostas para nossas dores e dilemas emocionais. Pode reparar.

 

Como meu foco aqui não é tratar das causas, até porque não tenho estudo para fazê-lo, minha intenção é apenas ligar o “pisca-alerta” e chamar a sua atenção para o amigo “depressivo”, o colega “desapontado”, aquele conhecido que vive “isolado”, o adolescente que “não quer se misturar”, o jovem que “se sente feio”, o idoso que “não tem mais ânimo”…

 

Enfim, se pararmos apenas alguns minutos para olhar ao nosso redor, vamos encontrar dezenas de pessoas inseridas em nosso dia-a-dia com essas características “tristes” ou “frescuras”, como muita gente, infelizmente, ainda rotula esses comportamentos.

 

A coisa, meus amigos, é muito mais embaixo, só para usar uma expressão mais popular. É perigosa, dolorosa e urgente. “E o que eu faço, Beck?” Não tenho a fórmula correta, como disse, não sou especialista nem formado no assunto. Mas penso que, ao detectarmos uma pessoa com características que nos levam a crer que ela pode ou está pensando em se matar, busquemos ampará-la imediatamente.

 

Pode ser com uma conversa franca e delicada, um abraço, um convite para sair de casa ou, muito importante, alertando parentes e amigos mais próximos. Também podemos e devemos encaminhá-la a um profissional gabaritado para que realize o diagnóstico e comece o tratamento adequado.

 

Em resumo, o leque de possibilidades para quem deseja ajudar é tão imenso quanto os motivos que levam tanta gente a tirar a própria vida.

 

O que não podemos mais é “fingir demência” e achar que nada disso está acontecendo. Ou, como já disse neste texto, pensar que isso só acontece no quintal do vizinho. Amemo-nos mais uns aos outros, como orientou Jesus. Desconectemo-nos um pouco para nos ligar de forma sincera e preocupada com os “chateados”, “tristes” e “cabisbaixos” que encontramos pelo caminho. Um grande beijo a você que leu este texto até o final e se sentiu motivado a ajudar alguém. Perseveremos. Que assim seja…

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7 Comentários

  • Responder
    Pauliane
    7 de dezembro de 2018, 12:27h às 12:27

    Vivemos o mundo lindo e mascarado das redes sociais e nos esquecemos da vida real. É preciso tirar os olhos destas, e enxergar o ser humano que realmente existe no próximo.
    As pesquisas não mentem.
    Pessoas se suicidam por solidão, por não ter a vida linda e badalada de um amigo ou de qq outra pessoa.
    Se suicidam por falta de amor.
    Falta de carinho.
    Por frustração de achar que não se encaixam no mundo.
    Tão importante quanto perceber essa possibilidade em alguém de se suicidar, é quem se sente assim procurar ajuda.
    Seja num amigo próximo ou num consultório médico.
    Tirar a vida não tem volta e, apesar deste mundo estar do avesso, acredito que o desabafo, demonstração de amor e carinho para com necessita pode sim curar.
    À disposição para conversar e ajudar!
    🙏🏻❤️

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    Mateus
    7 de dezembro de 2018, 12:34h às 12:34

    Este texto é muito importante para a nossa reflexão. A “grande mídia”, da qual faço parte desde que saí da faculdade, insiste em não falar sobre o assunto por achar que estaria estimulando o suicídio, quando na verdade deveria ser o contrário. Cada dor é individual, mas as histórias são coletivas, se repetem e não curam facilmente. A depressão e a ansiedade vêm aumentando, por diversos fatores, e são chave para o entendimento e a reversão de um quadro que pode levar ao suicídio. Precisamos estar atentos ao que se passa dentro de nós mas também a quem está ao nosso lado.

  • Responder
    Sônia Simões
    7 de dezembro de 2018, 13:40h às 13:40

    Uma triste realidade. Temos dar mais atenção e não só olhar para o nosso umbigo e achar que só a gente tem problemas. E que não é frescura o que a pessoa está passando, só quem passou por uma depressão ou pânico sabe como é difícil e doloroso. Mas se a pessoa permite a ajuda é um passo importante.

  • Responder
    Mariana gois
    7 de dezembro de 2018, 14:05h às 14:05

    Belas palavras, querido amigo! Penso que também há uma grande relação com as redes sociais que mostram sempre a “vida perfeita” dos outros, gerando comparações e frustrações indevidas. A fé é O grande remédio! Parabéns por tocar num assunto tão delicado! Infelizmente, será cada vez mais necessário.

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    Mirella Nunes
    7 de dezembro de 2018, 16:35h às 16:35

    Parabéns, Beck, por falar de um assunto pertinente. Tão delicado e triste. Lamentavelmente cada vez mais presente em nosso cotidiano. O mundo precisa de mais empatia e menos julgamento !

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    Ada Maria de Assis E Silva
    9 de dezembro de 2018, 22:07h às 22:07

    Drogas. Muitos jovens se suicidam depois de ficar dias em festas com drogas. Não acreditem que seja somente depressão . A depressão realmente é uma doença perigosíssima, mas o aumento do suicídio entre jovens se chama droga; crack, cocaína, ecstasy, maconha e as terríveis drogas sintéticas usadas nas Raves.

  • Responder
    Magda Araujo
    11 de abril de 2019, 23:59h às 23:59

    Seu texto está muito bom!!! Toda reflexão sobre suicídio é significativa. Ao longo de minha vida passei por diversos momentos muito tristes, mas a perplexidade diante de suicídio é extremamente dolorosa…

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Paulo Becknetter, o Beck, é jornalista. Nos últimos anos, desempenhou a função de colunista de atualidades nos jornais "BOM DIA Rio Preto" (2007 a 2013) e "Diário da Região" (2013/14). Agora, oficialmente na web, o Blog do Beck afina sua vocação para a comunicação diária, alinhando informação digital e bom humor na medida ideal. Nas horas de faxina, tratar dos mesmos assuntos com Berenice Du Lar, a interina e eterna Garota da Laje de Ipanema. Aceita, brazeeel!

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