Sobre o autor

Paulo Becknetter, o Beck, é jornalista. Nos últimos anos, desempenhou a função de colunista de atualidades nos jornais “BOM DIA Rio Preto” (2007 a 2013) e “Diário da Região” (2013/14). Agora, oficialmente na web, o Blog do Beck afina sua vocação para a comunicação diária, alinhando informação digital e bom humor na medida ideal. Para mais posts, siga também @BlogDoBeck no Instagram.

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#TRAGOVERDADES: 10 características que definem e finalizam a discussão em torno do comportamento do rio-pretense

Atualizado em 19 de março de 2020, 11:20h

Aqui lendo este post e desejando ao “influenciador” que o escreveu vida longa e boas energias… (Fotos: Reprodução/Internet)

Antes de criticar, mandar à merda ou se apaixonar por um rio-pretense, é necessário entender o modus operandi e o modus vivendi desse paulista tão sui generis (sim, achamos chiques expressões em latim…). Cheios de marra, criatividade, talento e ego (e bota ego nisso), nem os atuais gurus e coaches desta geração de memes, com todo o poder de sua visibilidade e premonição sociológica, poderiam prever e pontuar o mapeamento comportamental do rio-pretense.

 

Tem quem aposte, inclusive, que é mais fácil o rio-pretense dar seta corretamente no trânsito do que algum estudioso conseguir traçar o genoma da raça. Mas nós aqui do blog, sempre cheios de esperança, acreditamos que a coisa toda é bem mais simples – e de que o rio-pretense é menos complexo do que imaginam os ribeirão-pretanos,  por exemplo. Nesse ritmo de fé, estudamos e compilamos 10 características que finalizam o dilema em torno do assunto. Em caso de recalque ou indignação sem motivos aparentes, favor apertar a tecla do bom humor (ou contribuir com novas características devidamente estudadas). Aceita ou surta!

 

1 – A FIXAÇÃO POR PULSEIRINHA DE CAMAROTE 

Essa cultura de desfilar na balada com 30 pulseirinhas coloridas nos braços, denotando poder e gostosura, vem do berço. Mais exatamente do berço da maternidade, no momento em que o rio-pretense nasce e o médico coloca em seu pulso a bendita pulseirinha de identificação. Pronto: está instalada a fixação e o bebê já pensa que berçário é camarote open-bar de leite.

 

Quanto mais pulseiras, mais stories no Instagram. Pode reparar…

2 – CHURRASCO? TÔ DENTRO! 

Se você convidar um rio-pretense para churrasquear em sua casa, não se assuste se ele pedir para ficar e dormir no sofá. Rio-pretenses amam churrascos e não têm hora para sair deles. Também é muito natural que ele peça para levar embora a carne que sobrou. Bem como a cerveja e a farofa. Se o churrasco acontecer em algum clube ou chácara, ele vai querer virar sócio ou comprar o local. Disfarce o espanto e ofereça um pouco mais de “vinagretchen”.

 

Ofereça também “vinagretchen” para seu convidado…

3 – MANHÊ, NÃO SE PREOCUPE, TÔ NO BAR!

Agora, se o convite for para fazer um happy hour, aí que a relação tempo-distância-de-casa se prolongará de forma indefinida. O bar é a segunda casa do rio-pretense. E ele jura que o culpado por não querer sair do boteco é o clima senegalês que assola Rio Preto de janeiro a março e de maio a dezembro (sim, praticamente o ano inteiro). Ah, e se ele não quiser dividir a conta contigo, diga que vai dar textão no Facebook ou gravar stories no Instagram denunciando o caso (quem nunca, né môres?).

 

“Você não tá no bar coisa nenhuma, eu tô te vendo no Instagram…”

4 – CARROS, MOTOS, CAMINHONETES…

Rio-pretense A-DO-RA tudo o que tem ligação com pneus, volantes, faróis… E quanto maior o veículo (algumas caminhonetes costumam ocupar o lugar de três carros em um estacionamento), maior a chance de ele se exibir como um pavão misterioso pelas ruas e avenidas da cidade. O problema é que a maioria não sabe se comportar no trânsito e transforma o fluxo em uma verdadeira sessão de tortura. Todo mundo grita, xinga, ultrapassa, atropela e morre. Não necessariamente nesta ordem.

 

Deus não tem nada a ver com isso, gente…

5 – CAPIVARISMO FASHION 

Embora muita gente acredite nisso, a capivara não é o símbolo oficial da cidade. A relação mais forte do rio-pretense com o carpincho trombudo é mais notada e discutida na balada. Muitas pessoas, por exemplo, acabam ficando parecidas com capivaras quando se arrumam para algum evento. Ou seja: a maioria sai de casa do mesmo jeito: minissaia, sandália de salto alto, cabelo chapado, sapatênis e camisa social com o punho dobrado combinando com o cinto. Plus: agora também em versão com lentes nos dentes. Portanto, não estranhe se ouvir alguém dizer “Ah lá o bando de capivara chegando pra animar o camarote open-bar”.

 

Só porque eu coloquei lentes nos dentes?

6 – CAPIVARISMO MARCHA LENTA 

Feita a relação acima, é importante também fazer outra, mais antropológica, que turbina o folclore entre o rio-pretense e a capivara. Trata-se do comportamento de uma maioria significativa de pessoas que tendem a caminhar ou trafegar nas ruas na mesma velocidade dos roedores. Gente que jura que tem vida eterna, pode reparar. Atravessam e dirigem devagar, devagarinho, quase parando. Daí o buzinaço e a gritaria que se ouve, no horário do rush, às margens da Represa Municipal. É o rio-pretense fertilizando seu lado herbívoro em slow motion. Uma fofura de se ver. Só que não.

 

Pra quê pressa, né? Ô gente mais ansiosa…

7 – MEU COLUNISTA FAVORITO (A.K.A. INFLUENCER DIGITAL)

Além de um advogado sempre a tiracolo, todo rio-pretense também tem um colunista social (ou um INFLUENCER DIGITAL) pronto para defendê-lo em caso de tretas, baphos e discussões, dentro ou fora das redes sociais. Segundo estudos recentes da socióloga Berenice Du Lar, prima distante do ‘sociólogo’ Olavo de Carvalho, são três colunistas e 286 INFLUENCERS para cada grupo de 10 pessoas. O número é tão desproporcional que se você chacoalhar uma árvore na cidade cai um colunista-influencer em sua cabeça. Em tempo: em um próximo post falaremos também sobre o enorme contingente de coachs, palestrantes, motoristas de Uber e designers de sobrancelha.

 

“Tamos juntos, gaylera!”

8 – QUAL O SEU SOBRENOME? 

Taí uma característica do rio-pretense que desconcerta todo mundo que pisa na cidade pela primeira vez. Ao invés de perguntar de onde a pessoa vem ou qual é seu nome, o rio-pretense logo pergunta: “Qual o seu SOBRENOME?” Não boceje nem se sinta ofendido (a), plis. Faz parte da cultura local, a mesma que reza que quem possui sobrenome quilométrico tem mais chances de usar pulseirinhas de camarote (ver tópico 1). E aparecer em alguma coluna social ou nos stories dos influenciadores, naturalmente.

 

Só um minuto que estamos conferindo o seu sobrenome na lista…

9 – GRIFES, GRIFES, GRIFES… 

Também não estranhe a idolatria do rio-pretense por grifes. Há uma lenda que diz que a maioria das pessoas que reencarnou em Rio Preto trabalhava nas antigas oficinas de moda francesas, entre o Paleozoico Fashion e o Mesozoico Brega. Adendo favorável: na mesma proporção com que usa grifes em cada peça de roupa, o rio-pretense também demonstra enorme bom gosto. No índice almofadinha, só perde para o ribeirão-pretano, que sabe como ninguém combinar polo Burberry com calça Diesel (espaço aberto a comentários).

 

Não, não está!

10 – MEU VEREADOR FAVORITO

Última e mais intrigante das características que definem o rio-pretense: ele tem muitas dificuldades para escolher um bom vereador que o represente na Câmara Municipal.  E, depois das eleições, começa a lamentar nas redes sociais o voto “jogado no lixo”. Sem falar nas manifestações que apoia, meses depois, com o objetivo de ‘guilhotinar’ o político que ele mesmo ajudou a eleger. Hashtag “Migo, me ajuda a te ajudar”. Agora vamos, que hoje é feriado em plena quarentena e a gente precisa passar álcool em gel nas mãos e lubrificar o bom humor. Lembrando sempre: “DIGA NÃO AO SAPATÊNIS!” Beckiss to you…

 

Aqui de boas, curtindo a quarentena…

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    Paulo Becknetter, o Beck, é jornalista. Nos últimos anos, desempenhou a função de colunista de atualidades nos jornais "BOM DIA Rio Preto" (2007 a 2013) e "Diário da Região" (2013/14). Agora, oficialmente na web, o Blog do Beck afina sua vocação para a comunicação diária, alinhando informação digital e bom humor na medida ideal. Nas horas de faxina, tratar dos mesmos assuntos com Berenice Du Lar, a interina e eterna Garota da Laje de Ipanema. Aceita, brazeeel!

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